Começara a cagar quando me abre uma das portas um funcionário. Ele entra e sai pela porta da frente, deixando as duas abertas, sem me perceber ao vaso. Mais empregados começam a atravessar o banheiro e nenhum sequer olha pra minha cara enrijecida de quem caga duro. Eu tampouco me importava com aquela gente de crachá, entrando e saindo, como se a velocidade do andado representasse bônus no soldo. E observava tudo tranquilamente, até gostava de vê-los.
O celular de um executivo toca durante a travessia. Ele atende e pra poder conversar melhor sai da rota, tapa o outro ouvido com um dedo e se aproxima do vaso. Vem falando sobre questões da empresa, olhando pra mim e acena, insinuando que precisaria de uma conversa rápida.
Meu ânus alarga-se novamente, desta vez para a liberdade de um torrão denso e pesado, que apontou o bico justamente quando eu recebia os cumprimentos do executivo, um diretor da firma. Aquele justo homem me parabenizava pelo meu último relatório e, apesar de não ter deixado claro, sugeriu uma promoção. Despenca o tolete, o diretor se retira e os funcionários começam a me olhar diferente. Em represália, ignorei a descarga.
Maqal
Um comentário:
vem bem a calhar (ou a cagar) esse seu texto, querido mccow. é que hoje comi muito feijão com lingüiça calabresa, tomei sorvete de flocos, e, como se não bastasse, mandei algumas unidades de uma caixa de chocolate que estava de promoção em um megastore. estou a peidar deveras. não aguento mais os gases em minhas tripas, não pelo aperto abdominal, mas porque o cheiro é de matar. só vejo uma solução, óbvia por sinal: acho que vou cagar gostoso!
John Howell
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