segunda-feira, abril 09, 2007

Cio, o amor ao som de pau

Quando eles se atracaram, era um geme-geme de “gostoso”, uns apertos começando fortes, arrepiões. Eram dois hematomas em fase de coagulação, e começaram a chupar os pescoços, e faziam dos paus estacas a estralar, como remos desgovernados numa correnteza de pedras.

Um teve a iniciativa de abrir a calça do outro e descer na hierarquia. “Vou de escadinha”, disse pro da calça frouxa, que segurou a cabeça do atrevido, forçando pra cima, disfarçando um beijo. Queria impedir a chupeta, o que o da boquinha fina percebeu, mas ficou calado.

Teve portanto a idéia de ir com a mão, foi desviado do caminho, mas insistiu, segurou na bunda, pegou na coxa, e voltou rapidamente pra frente, num golpe, pegando a outra mão no contratempo. Tateou direto o toco. Era mesmo um toco de madeira, que, incisivamente perseguido por uma bicha abismada – que quis, de imediato, baixar a cueca do companheiro pra ver o que era aquela ductilidade – sucumbiu ao santo.

O pano da cueca espichado, o som da madeira que quicava no chão sob a dura luz. A vagina era exposta, habitava o lugar do pênis no corpo do homem de pé. Nada de saco escorrido ou nervuras pululantes, era uma buça rapada, babaz, carnuda, entreaberta: numa lavoura de cravos era a de maiores pétalas; num ramo de girassóis, o que tivesse o núcleo mais preto.

O solado maciço era ríspido com o piso de taco, os passos seqüenciais, fugitivos. O pedaço de madeira isolado no hall.

Machu-al

7 comentários:

Anônimo disse...

petit monstre!
atualizado, até que enfim!

Anônimo disse...

Que história linda e emocionante.

Anônimo disse...

ufa, ainda bem que era uma vagina! imagina se fosse um mastro, coisa de se repudiar se escrita assim na internet.

viva a rede sem pornografias sujas!

Anônimo disse...

john,

a pronfudidade de seu comentário mostra quão ereta é sua compostura.

***

polainas,

e a sua compostura?

***

rinaldo costa (é aquele que trabalhou no DM e toca no discoalto? Um moreninho, magrelinho?),

penso em você e sempre recorro ao rolo de papel.

Anônimo disse...

maCUal, amigo da onça. foi-se e nem adeus me deu. pois bem, deixe estar.

pfffff para esses meus "amigos". não valem absolutamente nada.

Anônimo disse...

amélia, desculpe!

não quis fazer frissom e ainda assim tive péssimos momentos na hora de deixar aquela redação. só lhe preservei dum desgaste emocional desnecessário. entenda...

Anônimo disse...

Não, boneca, eu não trabalhava no DM. Eu apenas escrevia lá.
Não me dê atenção — e obrigado por pensar em mim.