Suavemente o dia começa. Eu tenho meu bolso cheio de conchinhas. Tão suavemente. Depois de todos esses anos você não me conhece como da primeira vez que conversamos, a primeira semana, o primeiro beijo. O vento de verão veio queimando a frieza do nosso desencontro. Agora estamos aqui, eu 17 quilos mais gordo, você, 17 vezes mais linda. Os outros banhistas mal desconfiam que já fomos, antes, nossos. Voamos à noite, pegamos carona ao som de bregas boleros, dançavamos por aí, até que dancei sozinho. Queria dizer qualquer coisa estúpida agora, mas a idade não permite. Mas eu te amo. Só tem velhos nessa praia e minhas hemorróidas ardem. Razões? Antes fosse sua carreira de estilista, antes fosse qualquer coisa externa ou pressão da família.. Pelo contrário, seu pai me adorava, nossos pais se adoravam. Antes fosse outra paixão avassaladora. Mas não, nada disso, me trocou pois precisava de um pouco de ar. Não foi frieira, nem mal hálito. Não. E agora, preciso me aproximar de você pra dizer, não me controlo, é um desejo interno, preciso te colocar mais uma vez a par desse sentimento. Um sentimento de alívio, uma prova de que estou vivo, uma prova aromática de amor. Mas você nunca soube entender. Vou me aproximar. Vamos conversar, conversar, lembrar o que passou. O ultimo beijo recordar. E só aí te pedir, ao perceber que o sentimento se aflora. Não me importa levar outro fora. Meu amor, meu velho amor, puxe, sim, puxe meu dedo pra mim e pum...pum...puuuuuuuuuummmmm...e nosso amor é tão belo e único por sempre acabar assim...
Texto retirado de historia verídica. Pelos idos de 58, Dr. Bukowisk estudou a relação flato-social de alguns pouquíssimos indivíduos.
Dr. Raul Bukowisk, filosofo visceral e gastroenterologista
Um comentário:
é sempre engrandecedor ver assim um amor de pregas tão bem declarado. vê-se logo a sinceridade de seu coração.
continue amando
JH
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